A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), a GNR e a PSP lançam, a partir de 1 de outubro, a campanha “Taxa Zero ao Volante”, que pretende alertar os condutores para os riscos da condução sob a influência do álcool. A medida coincide com a reabertura dos bares e das discotecas.
Em comunicado conjunto, as três entidades recordam que um em cada três condutores mortos em acidentes de viação apresentavam uma taxa de álcool no sangue igual ou superior a 0,5 g/l e que três em cada quatro destes condutores tinham uma taxa igual ou superior a 1,2 g/l, valor já considerado crime.
“Vários estudos científicos demonstram que conduzir sob a influência do álcool causa várias perturbações, designadamente, ao nível cognitivo, ao nível do processamento de informação, da capacidade de reagir e da descoordenação motora”, lê-se no documento, num texto que lembra ainda que o consumo de álcool “diminui o campo visual, provocando a chamada visão em túnel”.
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“Esta perda de capacidades, bem como as alterações de comportamento que podem levar a estados de euforia e desinibição, aumentam de forma muito significativa o risco de envolvimento em acidentes rodoviários.”
Qual a duração da “Taxa Zero ao Volante”?
A campanha “Taxa Zero ao Volante”, que decorre entre os dias 1 e 5 de outubro (próxima terça-feira, feriado), será composta por ações de sensibilização da ANSR, operações de fiscalização, pela GNR e pela PSP, com especial incidência em vias e acessos com elevado fluxo rodoviário. Alguns pontos a ter especial atenção serão junto às portagens de Alverca (dia 1), na Maia (dia 3), junto à cadeia da Relação, no Porto (dia 4) e na Arrifana (dia 5).
Segundo o mais recente relatório da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), entre janeiro e julho foram registados 14.664 acidentes com vítimas em Portugal continental, de que resultaram 185 vítimas mortais, 1044 feridos graves e 16.973 feridos ligeiros.
Em todo o mundo, morrem por ano cerca de 1,3 milhões de pessoas, sendo a maioria utilizador vulnerável, como peões, ciclistas e motociclistas.
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A campanha contra o consumo de álcool quando se tem um volante nas mãos coincide com o fim de uma série de restrições impostas pela pandemia de covid-19 e com a reabertura dos bares e discotecas.
Campanha coincide com 3ª fase de desconfinamento
A terceira fase de desconfinamento, o último levantamento de restrições previsto no plano apresentado em julho pelo Governo, inclui ainda o fim da obrigatoriedade de apresentar o certificado digital covid-19 para se ter acesso ao interior de estabelecimentos de restauração às sextas-feiras ao jantar e aos fins-de-semana, para aceder aos hotéis ou a aulas de grupo nos ginásios.
No caso dos bares e discotecas, não será obrigatório o uso de máscara, mas os espaços só poderão aceitar clientes que apresentem certificado digital de vacinação ou teste negativo à covid-19.
Porém, as autoridades estão a preparar-se para que muita gente saia à rua com vontade de celebrar o fim das restrições, o que poderá incluir o excesso de consumo de álcool. Esse, aliás, tem sido um problema observado em algumas zonas de recreação noturna. Em Lisboa, por exemplo, têm sido registadas situações de criminalidade violenta em contexto de diversão noturna, nomeadamente no Bairro Alto, Cais do Sodré e Santos, o que levou a que, na passada semana, os estabelecimentos da última zona tenham encerrado três horas antes, às 23h, para evitar ajuntamentos e apoiar o trabalho da PSP.
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