Diferenc?a entre os ciclos NDEC e WLTP

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NDEC e WLTP: Quais as diferenças entre estes dois ciclos?

Os construtores de automóveis concorrentes no mercado europeu, muito pressionados pela necessidade de cumprimento de normas de proteção ambiental cada vez mais restritivas e, também, por opiniões públicas muito melhor informadas sobre os problemas do nosso planeta, aceleram o desenvolvimento dos motores térmicos para conseguirem travar os consumos e as emissões de gases poluentes.

Mas, se é verdade que o apetite dos automóveis diminuiu muito nos últimos anos, não é menos verdade que sempre existiu um fosso enorme entre os números anunciados pelas marcas de automóveis e os reais.

E foi com a intenção de encurtar essa distância que se estabeleceram em 2018 mudanças nas normas de homologação do consumo dos automóveis novos na União Europeia (UE), passando a incluir testes em condições mais normais de utilização, em vez de apenas ensaios laboratoriais, nos rolos dos bancos de testes.

O novo padrão WLTP

Os fabricantes de automóveis adotaram, assim, o novo padrão WLTP (Worldwide Harmonized Light Vehicles Test Procedure), que apresenta resultados muito mais próximos do consumo real do que a anterior normativa NEDC (New European Driving Cycle), que era utilizada desde 1992.

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Atualmente, todos os automóveis produzidos possuem um certificado de conformidade que inclui os valores de CO2 com base no atual método WLTP. E é com base neste documento oficial que um qualquer veículo pode ser matriculado em qualquer ponto da Europa.

Na estrada, consumos (mais) reais

Os parâmetros de teste mudaram e são significativamente mais rigorosos. Ao contrário do que acontecia com o método de medição NDEC, o WLTP obriga a realizar um teste de estrada designado por RDE (Real Driving Emissions), estando o veículo equipado com o chamado Sistema Portátil de Medição de Emissões (PEMS).

As emissões de escape são enviadas para esta “caixa negra”, montada no modelo para que os instrumentos de medição analisem, entre outras coisas, as concentrações de monóxido de carbono, óxidos de nitrogénio e o número de partículas (os valores são registados em conjunto com outros parâmetros, como dados meteorológicos e GPS).

As vantagens do método WLTP

O objetivo do protocolo de homologação é poder comparar todas as ofertas no mercado de acordo com o mesmo padrão de medição. O NEDC já permitia isso. Mas a maior virtude do protocolo WLTP é o fornecimento de um valor de consumo mais realista, pois as condições de teste são baseadas numa representação mais próxima das condições reais de condução.

O método WLTP redefiniu condições de teste muito mais rigorosas, juntamente com testes de velocidade mais elevados e um período de teste significativamente maior (30 minutos em vez de 20).

Para obter uma visão mais representativa das emissões de CO2, o novo protocolo de homologação inclui tanto o equipamento de série como todos os equipamentos opcionais presentes no veículo. Isto leva a valores de consumo de combustível e de emissões de CO2 com base na aerodinâmica, peso e resistência ao rolamento do veículo configurado com todos os seus equipamentos e opcionais.

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Além disso, o método WLTP foi desenvolvido com a utilização de dados reais de condução recolhidos em todo o mundo. Desta forma, o WLTP proporciona uma melhor representação dos perfis de condução diários.

O WLTP foi desenvolvido com o objetivo de ser utilizado como um ciclo de teste universal, o que permitiria estabelecer comparações de poluentes e emissões de CO2 a nível mundial. No entanto, a União Europeia e outras regiões poderão aplicar o teste de diferentes formas, em função das suas legislações e regulamentos de trânsito. De qualquer das formas, atualmente, só está implementado na Europa.

Carros híbridos e elétricos

O regulamento WLTP é uma mudança significativa para os híbridos “plug-in”, ou seja, aqueles que, com sistemas híbridos que conjugam motor térmico e elétrico, aceitam carregamentos externos. Estes veículos realizam o teste várias vezes e começam com a bateria cheia, mas o ciclo de teste é repetido até que a bateria esteja vazia. Segue-se uma medição com a bateria vazia, na qual a energia da propulsão é apenas proveniente do motor de combustão interna e a recuperação de energia pela travagem. A partir dessas duas medidas, calcula-se o CO2 médio a reportar.

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No caso de modelos 100% elétricos, o aumento no número de quilómetros de teste de homologação em estrada e a velocidades mais elevadas também afeta os dados finais. Do modelo NDEC para o WLTP, algumas autonomias declaradas viram-se reduzidas em 25%.

Ciclos NEDC e WLTP: descubra as diferenças

Ciclo NEDC:

  • Duração do ciclo: 20 minutos
  • Distância do ciclo: 11 km
  • Condução: 2 fases: 66% urbana; 34% extra-urbana
  • Velocidade média: 34 km/h
  • Velocidade máxima: 120 km/h
  • Influência do equipamento opcional: As opções e o seu impacto nas emissões regulamentadas (CO, HC, Nox, Partículas) e no consumo expresso em CO2 não são tidas em conta
  • Passagens de caixa (caixa manual): Passagens de caixa pré-determinadas e fixas
  • Temperaturas de realização do teste: Medições realizadas a temperaturas entre 20 e 30°C

Ciclo WLTP:

  • Duração do ciclo: 30 minutos
  • Distância do ciclo: 23,25 km
  • Condução: 4 fases: 52% urbana; 48% extra-urbana
  • Velocidade média: 46,5 km/h
  • Velocidade máxima: 131 km/h
  • Influência do equipamento opcional: As opções e o seu impacto nas emissões regulamentadas (CO, HC, Nox, Partículas) e no consumo expresso em CO2 são tidas em conta
  • Passagens de caixa (caixa manual): Passagens de caixa determinadas de acordo com as caraterísticas do veículo
  • Temperaturas de realização do teste: Medições realizadas a 23°C e a 14°C para as emissões de CO2

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