Lendas dos ralis Fiat 131 Abarth

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Lendas dos ralis: Fiat 131 Abarth

Com a missão difícil de substituir na estrada o lendário Lancia Stratos, a Fiat fez nascer o simples e muito fiável 131 Mirafiori um dos carros que marcou o Mundial de ralis no final da década de 70 do século passado.

O Fiat 595 Abarth atirou definitivamente para a fama o nome de Carlo Abarth, como preparador de veículos que combinavam excelência nas competições e acessibilidade na compra. Mas foram automóveis como o 131 Abarth Rally que ajudaram a eternizar a marca do escorpião, elevando-a ao estatuto de lenda.

O “indestrutível 131”, como ficou conhecido na segunda metade da década de 70 do século passado, graças às suas robustez e fiabilidade acima da média, foi o modelo Fiat Abarth mais bem-sucedido de sempre na competição. No currículo, uma série incrível de 18 vitórias em seis temporadas, três campeonatos do mundo de construtores (1977, 1978 e 1980), além de dois títulos mundiais de pilotos, primeiro com Marku Alen (Taça FIA em 1978), e, depois, com Walter Röhrl (em 1980, já como WRC).

A história lendária do Fiat 131 Abarth

Mas, façamos marcha-atrás na história. Carlo Abarth começou a trabalhar no 500, modelo com que a Fiat revolucionava a mobilidade em Itália, logo em 1958, preparando versões um pouco mais potentes e dinamicamente muito mais competentes. Alguns carros até bateram recordes em Monza, na categoria então designada Menos de 500 cc, começando a dar nas vistas em diversas corridas. A Abarth democratizava o acesso ao êxito na competição, seguindo a lema da simplicidade máxima, em que o mesmo carro servia para tudo: “Ao domingo na pista, à segunda no escritório”.

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Mas o automóvel que terá sido, porventura, o maior embaixador daquela famosa máxima só chegaria anos depois.

Tudo começou no 131 Mirafiori (a Fiat chamou-o assim para homenagear o primeiro sistema robotizado na sua produção, na histórica linha de Mirafiori), apresentado no outono de 1974 com modestos motores gasolina 1.3 de 65 cv e 1.6 de 75 cv, ambos associados a uma caixa manual de quatro velocidades, para se impor como alternativa familiar, com a segurança e a fiabilidade entre os principais cartões de visita.

O projeto para desenvolver a versão 131 Abarth Rally arrancou em meados de 1975, quando a Fiat procurava um sucessor para o 124 Abarth Sport. Mas a missão que tinha era bem mais espinhosa do que isso: impulsionar as fracas vendas da berlina convencional e substituir na competição o mítico Lancia Stratos.

As vitórias em série do Fiat 131 Abarth

A verdade é que, logo em 1977, o piloto Sandro Munari, ao volante do novo Grupo 4 desenvolvido com a colaboração da casa Bertone e sob a supervisão de Nicola Tufarelli, garantiu o título de campeão mundial de construtores à marca italiana.

Sem rivais, o feito foi repetido no ano seguinte, mas com uma “dobradinha”, com Markku Alen a ganhar o Mundial de pilotos.

Antes, em dezembro de 1975, o 131 estreava-se a vencer no Rally delle Valli Piacentine, em dezembro de 1975, ainda em forma de protótipo. Já com a homologação concluída, em abril de 1976, o 131 Abarth de Grupo 4, com motor de quatro cilindros em linha, 16 válvulas, a debitar 215 cv às 7000 rpm, para uma velocidade de ponta acima dos 220 km/h, garantia uma primeira vitória oficial no Rali de Elba, em Itália, com Markku Alen ao volante.

É então que, em 1977, o “indestrutível” 131 vence cinco provas e “oferece” à Fiat o seu primeiro título de construtores, feito que repetiu no ano seguinte, com a colaboração de vários pilotos: no primeiro título, Alen venceu em Portugal, Bacchelli na Nova Zelândia, Andruet em San Remo, Darniche na Córsega e Salonen no Canadá; no segundo mundial, vitórias de Alen (Portugal e Mil Lagos), Darniche (Córsega) e Röhrl (Canadá e Accrópole).

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Os 131 de fábrica disputariam todas as provas do mundial (com exceção do rali Safari), com o piloto finlandês a ter como companhia os conterrâneos Timo Mäkinen, Simo Lampinen e Timo Salonen.

No ano de 1979, a Fiat corta no financiamento e reduz a participação. A equipa de fábrica retornaria ao Mundial de Ralis apenas em 1980, para garantir um terceiro título de fabricantes e o primeiro dos dois títulos mundiais de Röhrl, com vitórias em Montecarlo, Portugal, San Remo e Argentina.

No auge da sua popularidade, em 1981, fecha-se um ciclo para o 131 Abarth Rally, com a última de uma espetacular série de vitórias do furioso italiano no Rali de Portugal. Em cinco edições da prova portuguesa, o Fiat perdeu para o Ford Escort RS 1800 de Hannu Mikkola e Arne Hertz, em 1979. Vitórias em: 1977 (Markku Alen – Ilkka Kivimaki), 1978 (Markku Alen – Ilkka Kivimaki) e 1980 (Walter Rohrl – Christian Geistdorfer) e 1981 (Markku Alen – Ilkka Kivimaki).

Por esta altura, já o Grupo Fiat ultimava os preparativos para a estreia do seu sucessor: nada menos do que o Lancia 037 Rally.

Mas essa é outra lenda…

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