Cisitalia 202 Design automóvel anos 40

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Design automóvel dos anos 40: a influência da segunda guerra mundial

O design automóvel teve um enorme revés no início da década de 40 do século XX, à medida que a guerra se alastrava pelo mundo. Ainda assim, a indústria soube reinventar-se e caminhar em direção à década seguinte mais forte.

A entrada na década de 1940 não foi fácil para nenhuma área e em nenhum ponto do mundo. A Segunda Guerra Mundial, que teve o seu rastilho na invasão da Polónia pela Alemanha nazi, a 1 de setembro de 1939, colocou muitos setores em standby, tal como a construção de automóveis com o retalho como destino, o que veio também a atrasar a área mais criativa relacionada com os carros. Por outro lado, tecnologicamente assistia-se a uma evolução rápida de forma a dar resposta às necessidades na frente da batalha.

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Assim, os fabricantes de automóveis interromperam as linhas de montagem de automóveis para construir tanques e aviões com a guerra como destino. No entanto, o desenvolvimento destas duas áreas acabaria por ser essencial nos automóveis futuros. Ainda que não no imediato.

No fim da guerra, em 1945, após a rendição do Japão, na sequência do lançamento de duas bombas atómicas, em Hiroshima e Nagasaki, o mundo voltou a carregar no botão de reiniciar todos os setores que tinham ficado adormecidos ao longo de seis anos. No entanto, o conflito acabaria por resultar na escassez de materiais como o alumínio e o zinco, o que implicou recorrer a ferro fundido e a aço para construir automóveis, que se caracterizavam por serem pesados e desconfortáveis no seu rolamento. Além disso, a indústria tornou-se criativa no sentido de reaproveitar tudo o que tinha à mão, incluindo na construção automóvel peças de máquinas que sobraram da guerra, que nunca antes alguém tinha imaginado virem a ter tal uso.

O design automóvel dos anos 40: o estilo ponton

Em termos de estilo, a grande evolução é o estilo ponton, em que a carroçaria semelhante a um pontão começou a envolver toda a largura e o comprimento ininterrupto de um carro, incorporando estribos e articulado para-lamas: Fiat, Lancia, Mercedes-Benz, Opel, Renault e Volvo foram algumas das marcas que adotaram este design.

Artigo relacionado: A evolução do design automóvel: os anos 20

O Cisitalia 202 coupé de 1946, que Battista “Pinin” Farina  desenhou a partir de esboços de Giovanni Savonuzzi, foi o carro que “transformou o design do automóvel do pós-guerra”, segundo o Museu de Arte Moderna (MoMA). O MoMA adquiriu um exemplo para sua coleção permanente, em 1951, observando que o capô, o corpo, os para-lamas e os faróis do carro são parte integrante da superfície de fluxo contínuo, em vez de componentes com vida própria.

Frazer Kaiser design automóvel anos 40

Dois dos primeiros carros americanos com um novo estilo do pós-guerra, que adotaram o novo estilo de carroçaria de envelope, foram os Frazer / Kaiser, de 1946, pelos quais Howard “Dutch” Darrin (1897–1982), um designer norte-americano ganhou a Medalha de Ouro da Fashion Academy de Nova Iorque, acabando por servir de inspiração ao Borgward Hansa 1500, de 1949, o primeiro sedan da Alemanha no estilo ponton.

GAZ-M20 Pobeda design automóvel anos 40

O estilo ponton acabaria por atravessar fronteiras: na União Soviética, o GAZ-M20 Pobeda entrou em produção em 1946 e na Grã-Bretanha o Standard Vanguard foi colocado à venda no ano seguinte. Em 1948, nasceu o Tatra 600, na antiga Checoslováquia. Nos EUA, Ford e General Motors seguiram a tendência.

Design automóvel anos 40 Standard Vanguard

Por outro lado, durante a década de 1940, particularmente nos últimos anos, os carros tornaram-se maiores e mais luxuosos, correspondendo aos desejos dos consumidores, que recuperavam a esperança no futuro, mas também as economias perdidas durante os duros anos de conflito.

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Em Detroit, os três grandes – Chrysler, Ford e General Motors – acabariam por adotar a lógica imposta por Alfred P. Sloan na GM, de criar um carro “para cada bolso e propósito”.

Os automóveis começaram dessa forma a revelar cada vez mais uma imagem de estatuto, apresentando-se cada vez mais longos e pesados, mais potentes e mais caros. E, por fim, começavam a surgir os opcionais a ser pagos como extras sem necessidade de pagar o elevado preço da personalização – uma semente lançada para o que se assistiria ao longo das décadas vindouras.

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