crise de cablagens automóvel

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Crise de cablagens atrasa produção automóvel

Ainda a recuperar da escassez global de chips, a indústria automóvel está agora a enfrentar outro problema na cadeia de abastecimento: a escassez de cablagens.

Alguns fabricantes automóveis estão a ter dificuldades em obter cablagens como resultado da invasão russa na Ucrânia. Vários grandes fornecedores foram afetados, interrompendo assim a produção de automóveis de alguns dos fabricantes europeus.

Qual a importância da cablagem para os automóveis?

A cablagem é um conjunto de cabos que permitem o funcionamento dos circuitos elétricos. É um conjunto vital de peças e cabos que, agrupados, podem medir até 5 Km num carro comum. São exclusivos para cada modelo e os automóveis não podem ser construídos sem eles.

Artigo recomendado: Milhões de carros por construir por causa da falta de chips

Algumas empresas fabricantes de cablagens como a Leoni, Fujikura e Nexas estão com dificuldades em manter os níveis de produção de cablagens, o que consequentemente forçou grandes marcas automóveis como a Volkswagen a BMW e a Porsche a suspender a produção em algumas das suas fábricas. A BMW já admitiu que está em “conversas intensas com os fornecedores para resolverem o problema o mais rápido possível.”

Para além da escassez de cablagens, algumas das maiores empresas alemãs de fornecimento automóvel, incluindo a Forschner, a Kromberg & Schubert, a Prettl e a SEBN, que operam também a partir da Ucrânia Ocidental, estão a ser fechadas devido à invasão do exército russo.

A importância da Ucrânia na produção de cablagens

Devido à sua mão de obra altamente qualificada e de baixo custo, a uma proximidade com as fábricas de automóveis da Europa e à riqueza da suas matérias-primas, a Ucrânia Ocidental tornou-se num importante centro de produção de cablagens.

Uma análise dos dados de 2020 da Comtrade mostra que a Ucrânia foi responsável por cerca de 7% das cablagens importadas para a União Europeia. As fábricas nas cidades de Stryi e Kolomyja, para além de produzirem cablagens, produzem também componentes automóveis de alta qualidade, dando empregos a aproximadamente 60.000 ucranianos.

A análise mostrou ainda que, em 2020, foram investidos mais de 600 milhões de dólares, por parte de 22 empresas, em 28 fábricas na Ucrânia.

Agora, devido à Guerra, até 15% da produção automóvel europeia pode estar em risco devido às interrupções das fábricas de produção de cablagens, avança Colin Langan, analista automóvel da Wells Fargo.

Revolta contra a Rússia

A guerra na Ucrânia já forçou muitos fabricantes automóveis a congelar os seus negócios na Rússia. Marcas automóveis como a Volvo, Volkswagen, Ford, Honda, Toyota e outras, decidiram interromper as exportações de veículos e motos para o país. Além disso, a Volkswagen, a Mercedes-Benz e a Stellantis já anunciaram que irão doar dinheiro para a assistência da Ucrânia.

Artigo recomendado: Falta de semicondutores ameaça parar o mundo automóvel

Fábricas da Leoni na Ucrânia

A empresa Alemã de produção de cablagens Leoni tem fábricas na Ucrânia e, como qualquer produtora neste país, teve um impacto negativo na sua produção. Para fazer frente a esta procura do mercado europeu, a empresa está agora a aumentar a produção de cablagens nas suas fábricas da Ucrânia.

Para proteção e segurança dos trabalhadores, estes operam sob um toque de recolher noturno, e a empresa coordenou com as autoridades locais o uso de abrigos anti bombas perto das duas fábricas de produção em Stryi e Kolomyia.

Segundo o fornecedor de cablagens, a capacidade de produção da Ucrânia está a 40% após a paragem temporária devido à guerra. A criação de um turno noturno irá permitir aumentar a produção para 70%.

Apesar dos esforços, Aldo Kamper, CEO da Leoni, refere que os salários dos seus trabalhadores não serão afetados no caso de não puderem ou não quiserem trabalhar. Kamper acrescenta também num comunicado que “Os nossos trabalhadores veem o trabalho como uma contribuição para o esforço de guerra do país, que trabalhando sempre que possível, mostram que são um elo de confiança na cadeia de abastecimento automóvel, garantindo que a Ucrânia tem um futuro.”

O CEO explica ainda que o comércio entre fronteiras é possível, uma vez que a empresa é capaz de adquirir os seus próprios componentes e matérias-primas e exportar produtos.

Apesar da exportação ainda ser possível, parte da produção foi realocada para fábricas da empresa noutros países, como a Roménia, Sérvia, Tunísia, Egito, Marrocos e Eslováquia. No entanto, tanto a Leoni como os seus clientes fabricantes de automóveis, estão comprometidos em manter a Ucrânia como fornecedora a longo prazo.

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