Depois de a Tesla se ter imposto na indústria automóvel como marca de referência nos domínios da digitalização ou da eletrificação, outros novos players pensam consegui-lo. Quem são as companhias mais promissoras?
A globalização precipitou o desaparecimento de várias marcas clássicas, mas a eletrificação criou oportunidades para a entrada de novos operadores no mercado, oferecendo às start-ups e aos gigantes tecnológicos a possibilidade de se afirmarem na indústria automóvel. Da chinesa Aiways à Sony, fique a conhecer alguns dos casos mais recentes.
Aiways
Chama-se U5 o primeiro SUV elétrico chinês à venda em Portugal. É fabricado pela Aiways, uma marca 100% elétrica, que tem sede em Xangai, na China, quartel-general em Munique, na Alemanha, e armazém de peças em Amesterdão, Holanda.
Fundada em 2017, a Aiways é uma empresa de capital privado que beneficia do suporte financeiro da CATL, um dos maiores fabricantes chineses de baterias para automóveis, e chega ao mercado luso pelas mãos da Astara.
Um dos maiores obstáculos que a chinesa Aiways terá pela frente no seu processo de internacionalização é o da promoção da imagem da marca, sobretudo em mercados tão exigentes como o europeu. Consciente do desafio, o construtor da China implementou um rigoroso programa de testes no desenvolvimento – oito unidades do vindouro U6, SUV coupé elétrico, foram testadas ao longo de 400 mil quilómetros durante 240 dias, num total de 1,2 milhões de quilómetros percorridos para testes de engenharia, em estrada e em pista. Chega à Europa no quarto trimestre do corrente ano.
Fisker
Um dos homens que acredita que poderá criar a nova Tesla é Henrik Fisker, designer dinamarquês que foi fundador da Fisker Automotive e garantiu os direitos da marca Fisker, tendo lançado em 2016 uma nova empresa, a Fisker Inc., com sede no Sul da Califórnia, nos EUA, através de um vantajoso projeto de um processo de fusão com a Spartan Energy Acquisition, estruturado pelo fundo de capitais Apollo Global Management.
O primeiro modelo da Fisker será o crossover Ocean, produzido este ano sob contrato com a Magna Corporation e comercializado nos EUA com preços desde 37.499 dólares e a partir de 41.570 euros na Alemanha.
A Fisker tem mais quatro modelos no programa de lançamentos: um grande SUV para 2025, um sedan desportivo (baseado no concept EMotion), um crossover desportivo e uma pick-up elétrica para concorrer com a Tesla Cybertruck.
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Canoo
A Canoo, start-up com sede em Torrance, próximo de Los Angeles, especializada na produção de veículos comerciais, e que já foi alvo do interesse da Apple, deverá chegar ao mercado em 2023, com uma pick-up elétrica que rompe com todos os padrões da categoria ao dispensar a frente tradicional com capot, optando antes por uma secção dianteira em forma de bolha.
O modelo, com 4,6 metros de comprimento e 2,8 metros na distância entre eixos, tem atrás a caixa aberta que varia de tamanho, entre os 1,8 e os 2,6 metros de comprimento, com a tampa da mala aberta.
A pick-up da Canoo será comercializada nas versões de tração traseira ou integral, na configuração de um ou dois motores (um por eixo), com até 608 cv de potência e 746 Nm. A marca anuncia para a versão mais potente autonomia para 322 quilómetros, valor com margem para progredir até à data do lançamento.
Rivian
Fundada em 2009 como Mainstream Motors, depois com o nome Avera Automotive ou Avera Motors, e finalmente como Rivian Automotive, em 2011, a empresa com sede na cidade de Irvine, no estado norte-americano da Califórnia, apresentou o seu primeiro automóvel há cerca de dez anos. Mas foi só em 2017, após a aquisição de uma antiga fábrica da Mitsubishi Motors, em Normal, Illinois, que arrancou a aventura elétrica.
A Rivian criou a sua própria plataforma, um patim que alberga as baterias e motores elétricos, bem como todos os seus componentes mecânicos (rodas, travões e suspensão), em que assentam os dois primeiros automóveis, o SUV R1S e a pickup R1T, com a marca americana a prometer uma autonomia de mais de 600 quilómetros e mais de 700 cv de potência na versão de topo.
Outra prioridade da fabricante norte-americana é produção dos furgões da Amazon, que investiu mais de 700 milhões de dólares (703 milhões de euros) numa encomenda de 100 mil furgões 100% elétricos para realizar a distribuição das encomendas.
Coolon Motors
A eletrificação do automóvel não será um exclusivo dos veículos de passageiros. Na classe dos comerciais com vocação vincadamente urbana, um número cada vez maior de empresas e pequenas start-up, muitas especializadas na produção da tecnologia de baterias, vai mostrando potencial. Entre estas, a Coolon Motors, com o seu elétrico para todo o serviço, assente numa plataforma modular altamente versátil.
O modelo estará disponível em três comprimentos e duas versões de carroçaria, na configuração simples chassis-cabina ou furgão, em opção de tração dianteira ou quatro rodas motrizes, com autonomia para 300 km.
A empresa com sede na Ucrânia tinha planos para arrancar com a comercialização em 2022, com preços a partir de 16.000 dólares (sensivelmente o mesmo valor em euros), mas o conflito militar na região forçou o adiamento.
Polestar
Fabricante de automóveis elétricos premium, a Polestar começou como uma preparadora desportiva para os automóveis da Volvo, mas, em 2017, passou a ser uma companhia independente no seio do Grupo Geely, que detém a Volvo ou a Lynk & Co.
Depois do lançamento nos mercados mais relevantes, a Polestar acelera à conquista da Europa, devendo marcar presença em 30 países do Velho Continente em 2023.
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Sony
Fundada pouco depois do final da II Guerra Mundial, no Japão, a Sony mudou a história do entretenimento, tendo criado o Walkman, em 1978, a PlayStation, em 1994 e o Blu-Ray, em 2006. Está longe de ser uma nova marca, mas no ramo automóvel está apenas a dar os primeiros passos, através de uma parceria com a Honda que deu origem à Sony Honda Mobility Inc., empresa com sede em Tóquio, liderada por Yasuhide Mizuno.
O lançamento do primeiro veículo elétrico está calendarizado para 2025: a Honda assegurará o desenvolvimento e a produção; a Sony encarregar-se-á da tecnologia de multimédia, imagem e som, sensores, telecomunicações e conetividade.
Mas, há garantias de que a gigante tecnológica pode ter ambições como fabricante. A prová-lo está o espetacular Vision-S 02, revelado no CES de Las Vegas. Um protótipo novo que se aproxima do formato SUV e está assente na mesma arquitetura elétrica do Vision-S 01, coupé que os nipónicos estão a testar na Europa, em estradas públicas, desde dezembro de 2020.
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