A historia da Alfa Romeo

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Conheça a história da Alfa Romeo

Foi há 112 anos. A 24 de junho de 1910, era fundada, em Milão, a Alfa, acrónimo de “Anonima Lombarda Fabbrica Automobili” (A.L.F.A.), que, como o próprio nome indicava, havia sido criada por investidores anónimos, forma legal à época.

Na fase de arranque da companhia, de modo a ter um local para produzir automóveis, a empresa adquiriu o edifício da fábrica Portello de Darracq em Milão, que estava a encerrar e a vender todos os seus ativos.

Conhecida pelos seus modelos de cuore sportivo (slogan que foi, aliás, utilizado em alguns dos seus lançamentos), a marca transalpina envolveu-se desde muito cedo no desporto automóvel, nomeadamente em 1911 (hoje, o expoente máximo é a presença na Fórmula 1).

A Alfa Romeo era propriedade da Fiat Chrysler Automobiles, a empresa que produzia os seus modelos, até ao momento em que as operações foram totalmente fundidas com as da Groupe PSA para formar a Stellantis, a 16 de janeiro de 2021.

O primeiro carro produzido pela empresa foi o 24 HP em 1910, desenhado por Giuseppe Merosi. A A.L.F.A. aventurou-se no automobilismo, com os pilotos Franchini e Ronzoni, que competiram no Targa Florio de 1911 com dois modelos 24 HP.

Vettura 24 HP (1910)
Vettura 24 HP (1910)

Em agosto de 1915, a empresa ficou sob a direção do empresário napolitano Nicola Romeo, que converteu a fábrica para produzir equipamentos militares destinados a ajudar italianos e aliados durante a Primeira Guerra Mundial, que interrompera a produção de carros durante três anos.

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Em 1920, o nome da empresa era alterado para Alfa Romeo com o Torpedo 20–30 HP, o primeiro carro que ostentou o novo símbolo da marca. O nome Alfa Romeo deve-se, assim, à conjugação de A.L.F.A. (“Anonima Lombarda Fabbrica Automobili”) com Romeo (apelido do empresário que passou a liderar a empresa cerca de cinco anos após a sua criação).

20-30 E.S. (1920)
20-30 E.S. (1920)

Os primeiros anos da Alfa Romeo

O primeiro edifício da fábrica da A.L.F.A. era propriedade da Società Anonima Italiana Darracq (SAID), fundada, em 1906, pela empresa automóvel francesa de Alexandre Darracq, com alguns investidores italianos. Um deles, Cavaliere Ugo Stella, um aristocrata de Milão, tornou-se presidente do SAID em 1909.

A localização inicial da empresa ficava em Nápoles, mas, mesmo antes do início da construção da fábrica, Darracq decidira, no final de 1906, que Milão seria mais adequada e foi adquirido um terreno nos subúrbios de Portello, em Milão, onde uma nova fábrica de 6.700 m2 viria a ser construída.

No final de 1909, os carros italianos Darracq vendiam-se lentamente e a empresa foi liquidada. Ugo Stella, com os outros investidores italianos, fundou uma nova empresa chamada A.L.F.A. (“Anonima Lombarda Fabbrica Automobili”), adquirindo os ativos da italiana Darracq, que estava a dissolver-se.

O sucesso do modelo Torpedo 20–30 HP começou quando Giuseppe Campari venceu em Mugello e continuou em segundo lugar no Targa Florio pilotado por Enzo Ferrari. Giuseppe Merosi manteve-se como designer chefe e a empresa continuou a produzir sólidos carros para estrada, assim como carros de corrida relevantes (incluindo o 40-60 HP e o RL Targa Florio).

RL Super Sport (1925)
RL Super Sport (1925)

Em 1928, Nicola Romeo sai da empresa e, em 1933, a Alfa Romeo era resgatada pelo governo italiano, que passa a ter o controlo efetivo. A Alfa Romeo tornara-se num instrumento da Itália de Mussolini, um emblema nacional.

Durante este período, a marca construiu veículos sob medida para os ricos, com carroçarias desenhadas pela Carrozzeria Touring ou Pininfarina. Esta era atingira o pico com os Alfa Romeo 2900B Type 35.

A fábrica viria a ser bombardeada durante a Segunda Guerra Mundial e lutara para regressar à rentabilidade após o conflito. Os modelos de luxo deram lugar a veículos mais pequenos, produzidos em massa, que começaram a ser fabricados a partir de 1954, com a introdução da série Giulietta (saloons/sedans, coupés e dois lugares descapotáveis).

Giulietta Spider (1955-1962)
Giulietta Spider (1955-1962)

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As três variedades partilhavam o que viria a tornar-se no motor Alfa Romeo Twin Cam de quatro cilindros, inicialmente com 1.300 cc. Este motor acabaria por ser ampliado para 2.000 cc e permaneceria em produção até 1995.

História atribulada

A Fiat recuou no seu plano de joint venture com a Alfa Romeo quando a Ford fez uma oferta para adquirir parte da marca italiana e reestruturar a empresa, aumentando a sua participação ao longo do tempo. No entanto, a Fiat optou por fazer uma oferta para adquirir a totalidade da Alfa Romeo e oferecer garantias de emprego aos trabalhadores italianos, proposta que a Ford não estava disposta a igualar.

Em 1986, o acordo foi concluído, com a Alfa Romeo a ser fundida com a tradicional rival Lancia, dando origem à Alfa Lancia Industriale S.p.A. da Fiat. Já em 1981, o então presidente da Alfa Romeo, Ettore Massacesi, havia declarado que a marca nunca utilizaria motores Fiat – os motores eram, em grande parte, a identidade da Alfa Romeo – mas ficaria feliz por cooperar em tudo o resto.

Os modelos produzidos a partir de 1990 combinaram as virtudes tradicionais da Alfa Romeo em termos de estilo vanguardista e cuore sportivo com os benefícios económicos da racionalização de produto, onde se incluíram uma versão GTA do hatchback 147, o Brera projetado por Giugiaro e um exótico desportivo de elevada performance – 8C Competizione -, em homenagem a um dos carros de corrida de maior sucesso da Alfa Romeo no pré-guerra, o 8C da década de 1930).

Alfa 147 GTA (2002)
Alfa 147 GTA (2002)

Em 2005, a Maserati voltaria a ser adquirida à Ferrari e estava sob o controlo total da Fiat. O Grupo Fiat criara, então, uma divisão de modelos desportivos de luxo da Maserati e Alfa Romeo, cuja estratégia passaria por partilhar motores, plataformas e, possivelmente, locais de venda.

No início de 2007, a Fiat Auto S.p.A. seria reorganizada com a criação de quatro novas empresas automóveis: Fiat Automobiles S.p.A., Alfa Romeo Automobiles S.p.A., Lancia Automobiles S.p.A. e Fiat Light Commercial Vehicles S.p.A. Empresas que eram propriedade integral do Fiat Group Automobiles S.p.A. (a partir de 2007 FCA Italy S.p.A.).

A Alfa Romeo sofreu com a queda das vendas. Em 2010, vendeu um total de cerca de 112 mil unidades, o que era, significativamente, menos do que a meta de vendas global de 300 mil unidades definida pelo CEO da Fiat, Sergio Marchionne.

A empresa começou a atingir uma meta de vendas de 170 mil unidades em 2011, incluindo 100 mil modelos Giulietta e 60 mil MiTo. Mas, na verdade, vendeu 130 mil unidades nesse ano.

Alfa Romeo Giulietta Super e Giulietta Veloce
Alfa Romeo Giulietta Super e Giulietta Veloce

A sua meta a médio prazo, 500 mil unidades até 2014, incluía 85 mil unidades do mercado norte-americano. Em 2017, a Alfa Romeo aumentou a produção em 62%, construindo um total de 150.722 veículos nas três fábricas da empresa.

A 16 de janeiro de 2021, as operações da Fiat Chrysler Automobiles e do Groupe PSA foram fundidas para formar a Stellantis, tendo a empresa sido renomeada Stellantis Italy.

Apesar da queda nas vendas, o CEO da Alfa Romeo, Jean-Philippe Imparato, anunciara, em 2021, que a marca lançaria um novo modelo todos os anos entre 2022 e 2026, a começar com o SUV compacto Tonale, sendo esperada a eletrificação completa de novos automóveis por si concebidos a partir de 2027.

Alfa Romeo Tonale - Dynamic
Alfa Romeo Tonale – Dynamic

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