Barcos ancorados

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7 coisas que deve saber antes de comprar um barco

Comprar um barco é uma grande decisão, e para muitos, é o sonho de uma vida, mas os custos associados vão muito para além da compra.

É um velho ditado popular, mas que praticamente todos aqueles que passaram pela experiência de comprar um barco afirmam ser a mais pura das verdades: o dia mais feliz é o dia em que o compra e o dia em que o vende.

Esta expressão talvez se aplique a muitos dos casos porque a maior parte das pessoas, antes de comprar um barco, não está ciente dos custos associados a esta experiência marítima.

Ainda assim, comprar um barco, para quem adora o mar, pode ser a experiência de uma vida, e pode revolucionar para sempre os fins-de-semana em família e o tempo livre que passa junto aos seus mais queridos.

Apresentamos então 7 aspectos fundamentais que deve conhecer antes de comprar um barco.

Comprar um barco: 7 aspectos a considerar antes de investir

Iate ancorado

1. Novo ou usado

A primeira decisão que tem de tomar antes de comprar um barco é se deve adquirir um novo ou um usado.

Se o dinheiro para si não for um problema, um barco novo deixá-lo-á salvaguardado de alguns possíveis inconvenientes.

No entanto, comprar um barco usado permitir-lhe-á aceder a um leque muito mais vasto de oportunidades e de poupar algum dinheiro, que poderá posteriormente gastar em melhorias, actualizações e manutenções futuras.

Tal como nos automóveis, os barcos sofrem a maior percentagem de desvalorização durante o seu primeiro ano na água.

2. Tamanho

Quando falamos de barcos, o tamanho importa, mas há muitos factores a considerar quando está a pensar de que tamanho deve comprar o seu barco.

Antes demais, deve pensar onde é que vai passar mais tempo com o barco. No mar? No rio? Numa albufeira?

Um barco demasiado pequeno no mar poderá impedi-lo de navegar em conforto e segurança nos dias em que a maré estiver mais agressiva. Por outro lado, um barco demasiado grande numa albufeira, além de consumir muito mais combustível, vai impedi-lo de poder ancorar perto o suficiente da costa para que possa desfrutar também da praia.

Quando pensa comprar um barco, terá também sempre que ter em consideração o número de passageiros que, em média, irá transportar, correndo o risco de não poder navegar em segurança e acomodar toda a gente, ou por outro lado, de ficar com demasiado espaço inutilizado no barco.

Tenha também em consideração que, acima de 60 pés, vai precisar de tripulação para o ajudar a manobrar o barco, sendo que se sempre que o quiser usar não lhe apetecer conduzir, precisará de, no mínimo, 2 tripulantes (um comandante e um deck hander).

Tendo em conta as características dos rios, albufeiras e marinas portuguesas, um barco entre 18 e 50 pés será sempre um óptimo compromisso entre espaço, divertimento e segurança em qualquer situação.

3. Vela ou motor

Geralmente, quando se trata de comprar um barco a motor ou à vela, a escolha recai sempre sob as preferências pessoais.

Geralmente, os barcos a motor são mais fáceis de manobrar e não dependem de factores externos, ao passo que os barcos à vela exigem outro tipo de conhecimentos e dependem das condições do vento, ou então terá que fazer uso do pequeno motor a gasolina que serve apenas para auxiliar as manobras e não para fazer grandes deslocações.

Os barcos a motor são óptimos para actividades de lazer como pesca ou desportos náuticos, ao passo que os barcos à vela são mais dotados para fins recreativos, pelo que deverá analisar bem as suas pretensões com o barco antes de partir para a aquisição de um modelo.

4. Licença

Será preciso carta para conduzir um barco? É uma pergunta muitas vezes feita e cujo conhecimento não é comum a toda a gente.

Tal como para poder conduzir um carro, uma mota ou um camião, para conduzir um barco é também preciso ter uma licença.

No caso dos barcos, existem vários tipos de licença, que variam consoante o tipo de embarcação que pretende conduzir.

A mais básica é a carta de marinheiro. Esta carta permite conduzir as seguintes embarcações de recreio (ER):

  • De 14 aos 18 anos: ER de comprimento até 5m, com potência instalada até 22,5 kW;
  •  Mais de 18 anos: ER de comprimento até 7m, com potência instalada até 45kW;
  • Mais de 16 anos: Motos de Água e pranchas motorizadas (Jet Ski) independentemente da sua potência.

Para além da carta de marinheiro existem outras e com as seguintes categorias:

  • Patrão de alto mar: habilita o titular ao comando de ER a navegar sem limite de área;
  • Patrão de costa: habilita o titular ao comando de ER a navegar até uma distância da costa que não exceda 25 milhas;
  • Patrão local: habilita o titular ao comando de ER a navegar à vista da costa até uma distância máxima de 10 milhas de um porto de abrigo e de 5 milhas da costa;

Os preços das licenças começam sensivelmente nos 300€ para a carta de marinheiro, sendo que as cartas de patrão são substancialmente mais caras, sendo a carta de patrão local a mais barata das 3, e a carta de patrão de alto mais cara, com custos a rondar os 1.100€

5. Manutenções

Quando se fala em comprar barco, muitos podem achar que basta apenas pagar as dezenas (ou centenas) de milhares de euros pela embarcação e não é preciso preocupar-se com mais nada, mas isto não podia estar mais longe da verdade.

Quando se é proprietário de um barco, é preciso ter em conta várias despesas associadas à sua manutenção, entre as principais e mais dispendiosas encontramos o valor da Marina/Doca, a substituição dos zincos, as revisões de motores e limpeza do deck em geral, e por fim, os seguros.

Para uma embarcação de 50 pés (15 metros), o preço anual na Marina de Portimão (uma das mais famosas em Portugal), ronda os 7500€ por ano, mais despesas de água e e electricidade.

No caso das manutenções habituais necessárias a qualquer barco, como limpar o salitre e envernizar o deck, assim como substituir os zincos, os preços para uma embarcação deste tipo rondam os 1000€ anuais.

Quanto à revisão dos motores, dependerá sempre da quantidade de horas que estes circulam, mas é aconselhável fazer uma revisão geral a cada 100h de utilização no caso das embarcações com motorizações superiores a 25 cavalos, e a cada 50h nas embarcações com motores com menor potência.

O preço do seguro poderá também variar consoante o tipo de embarcação, o local onde este está ancorado e o seu historial, sendo um tópico que deverá averiguar junto da sua ou de várias seguradoras para ver qual delas lhe oferece a melhor cotação.

Estima-se, em média, que a manutenção de cada barco, por ano, corresponde a 10% do valor inicial da compra. Esta estatística não é 100% exacta, mas será sempre um bom indicativo para fazer uma estimativa dos custos.

6. Combustível

O consumo de combustível poderá ser outro dos aspectos que assusta qualquer pessoa que seja um leigo na matéria de barcos.

Os barcos, para além de serem muito pesados e de terem motores com muita potência, circulam na água, que causa muito arrasto, por isso é normal os consumos de combustível de alguns barcos rondarem valores exorbitantes.

Por exemplo, para uma embarcação de 9 metros de comprimento, com um motor a gasolina de 250 cavalos, os consumos em velocidade cruzeiro (perto de 20 nós) rondarão os 50 litros por hora.

Numa embarcação de 15 metros, sendo esta já considerada um “pequeno iate”, os consumos poderão ascender os 150 litros por hora.

7. Onde comprar um barco?

Em Portugal, existem alguns concessionários especializados em vender barcos, quer novos, quer usados, mas todos eles estão espalhados pelo país.

Felizmente, quase todos anunciam no Standvirtual, e do conforto da sua sala, poderá estar apenas a um click de comprar o seu barco e desfrutar das suas férias de sonho.

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