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Carros novos vão detetar se o condutor está sob o efeito do álcool

O tema chega-nos do outro lado do Atlântico. Mais concretamente, dos states. O pacote federal de infraestrutura, no valor de mil biliões de dólares norte-americanos, inclui gastos em projetos de construção e coloca os EUA no caminho da transição para os veículos elétricos e híbridos.

E engloba, também, uma variedade de provisões de segurança, incluindo monitorização de condução imprópria. A Administração Nacional de Segurança no Trânsito Rodoviário estabeleceu um prazo máximo de três anos para que seja apresentada uma tecnologia capaz de detetar condução inadequada.

A forma como tal funcionará não está definida, uma vez que a tecnologia se encontra ainda em fase de desenvolvimento. Mas a solução poderá passar pela monitorização do movimento dos olhos do condutor e da transposição de faixa, que, automaticamente, imobilizaria o veículo ou retirá-lo-ia da estrada. Também pode exigir um teste de alcoolímetro que permita ligar a viatura.

A monitorização da condução sob efeito do álcool ou imprópria deverá ser um sistema passivo. Quer isto dizer, que o condutor não necessitará de fazer nada para que ele funcione.

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Disso mesmo deu conta Jan Schakowsky, deputado norte-americano (Illinois), quando afirmou que “aquilo que o sistema faria era detetar comportamentos impróprios em condutores alcoolizados ou que adotassem uma conduta inadequada ao volante, através de uma análise ao movimento dos olhos e à transposição de faixa, o que, automaticamente, pararia ou retiraria o carro da estrada”.

Segundo acrescentou Jan Schakowsky, que deu o seu contributo para incluir as medidas de segurança no pacote mais extenso, “também poderia ser incluído um teste de alcoolímetro antes de a viatura poder ser ligada”. E foi mais longe: “Nesse caso, os fabricantes teriam, no máximo, três anos para se certificarem de que as medidas estariam presentes em todos os novos modelos”.

Já Stephanie Manning, diretora de relações governamentais da Mothers Against Drunk Driving, disse que “à medida que a indústria automóvel avança em direção aos veículos autónomos – estão a ser efetuados testes em viaturas sem volante e sem condutor, sempre com mobilidade 100% elétrica – isso é exequível”.

E colocou uma questão: “A indústria automóvel tem dos melhores e mais brilhantes engenheiros do mundo. Muitos milhares trabalham em soluções para todos os tipos de problemas. Por que não, também, a segurança?”

Acesso aos dados dos veículos preocupa

Aprovar leis que aumentem as penalizações para quem conduz sob o efeito do álcool pode ser visto como um impedimento para alguns, mas a verdade é que exigir que os veículos sejam equipados com dispositivos que impeçam que pessoas alcoolizadas ou que adotem uma condução inadequada possam conduzir, ajudará a salvar vidas.

Jay Stanley, da American Civil Liberties Union, mostrou-se preocupado com a questão da privacidade, tema que, até agora, não foi abordado. “Os carros modernos são ‘computadores sobre rodas’ que ‘espiam’ os seus proprietários, captando e enviando dados de volta aos fabricantes de veículos, que podem encaminhá-los para brokers de dados que vendem as informações”, realçou.

Mais: “Os carros modernos reúnem informações, desde o desempenho do próprio veículo até à sua localização, passando por informações do sistema de entretenimento quando se emparelha osmartphone. Mesmo a questão do peso do condutor e coisas desse género podem ser detetadas pelos carros modernos”.

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Jay Stanley disse que o potencial de partilhar informações sobre a fisionomia dos condutores, incluindo frequência cardíaca e outras condições de saúde, é uma preocupação. “Uma das grandes questões que se levantam não é apenas que dados são armazenados, mas o que lhes acontece e quem tem acesso a eles”, frisou.

“Pode ser que a máquina faça apenas um vídeo do condutor ou outras medições para, de seguida, as libertar e não ficar com esses dados… Se for gravado no momento, estamos a falar sobre o potencial acesso à aplicação da lei e do potencial que existe do envio de dados para os fabricantes de veículos ou brokers obscuros, sendo utilizado sabe-se lá com que finalidade”, afirmou.

Jan Stanley disse ainda que, como o Congresso pretendia que tal fosse uma medida de segurança, não forense, não havia necessidade de armazenar esses dados. Neste ponto, a lei norte-americana não contempla essas preocupações relacionadas com privacidade.

O Instituto de Seguros de Segurança Rodoviária estima que, assim que forem totalmente implementadas, as medidas acima mencionadas consigam salvar, aproximadamente, 9.400 vidas por ano.

Jay Stanley, da American Civil Liberties Union, é da opinião que existem formas de proteger a privacidade e, ao mesmo tempo, utilizar a tecnologia para evitar acidentes e mortes. E que a sua organização lutará para que esses termos sejam definidos por leis e regras. Um dos exemplos pode ser conceder às autoridades policiais um mandado para aceder aos dados do veículo.

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