Na indústria, já ninguém duvida dos benefícios dos carros elétricos, como espécie de suplementos energéticos indispensáveis para a vitalidade necessária na exigente caminhada rumo a uma mobilidade de futuro, mais sustentável. Problema número 1: o preço, apontado como um dos maiores obstáculos à democratização da tecnologia de baterias.
E, mesmo quando os especialistas garantem que, em quatro ou cinco anos, os automóveis elétricos vão custar tanto quanto os congéneres equipados com motores térmicos (há dez anos, o preço do kWh nas unidades de iões de lítio utilizadas nos veículos elétricos caiu 89%, de 906 euros para 112 euros), a verdade é que para listar todos os modelos 100% elétricos no mercado por menos de 30 mil euros chegam os dedos de uma mão…
Carros elétricos novos à venda por menos de 30.000€
Renault Twingo Electric
A Renault acaba de lançar o carro elétrico mais acessível em Portugal. O Twingo Electric, uma variante 100% eletrificada da geração atual do citadino da marca do losango, está disponível no mercado nacional a partir de 22.200€, preço para clientes particulares – as empresas podem abater totalmente a parcela do IVA. Apesar de importante, esta não será a única vantagem competitiva da versão “zero emissões” do modelo francês, cuja plataforma já previa a hipótese de eletrificação total, como nos primos da Smart. Assim, o Renault Twingo Electric conseguiu manter intactas as credenciais de ordem prática das versões com motores térmicos, da habitabilidade para quatro ocupantes à bagageira com 240 litros de volumetria útil, e sem esquecer o recordista raio de viragem de apenas 4,3 metros, para um ótima manobrabilidade na cidade.
A bateria de iões de lítio de 22 kWh (com 96 células distribuídas por 8 módulos, pesando 165 kg), arrumada debaixo dos bancos dianteiros, alimenta um motor elétrico de 82 cv e 160 Nm (derivado do sistema que equipa o Renault Zoe), montado atrás. A autonomia média homologada para 190 km em ciclo WLTP pode crescer até aos 270 km numa utilização puramente citadina. De série, está equipado com um carregador “camaleão”, compatível com qualquer ponto de corrente alternada – não admite corrente contínua nem postos rápidos. Os tempos de para atingir os 80% de carga variam entre as 15 horas a 2,3 kW e 1h30 m a 22 kW. A Renault anuncia uma aceleração dos 0-50 km/h em 4,2 s; 0-100 km/h em 12,9 s e velocidade máxima de 135 km/h.
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Smart EQ Forfour
A Smart é, a partir deste ano, uma marca 100% elétrica e, no seu catálogo de propostas urbanas, o Forfour é o modelo que assume o estatuto de alternativa mais versátil, com uma carroçaria de cinco portas e lotação para quatro ocupantes. Já com novo ecrã tátil de 8’’, compatível com os sistemas Apple CarPlay e Android Auto, além da aplicação Smart EQ Control, que disponibiliza diversas funcionalidades e informações sobre o estado do veículo (como o nível de carga da bateria), permitindo programar o carregamento eficiente, aquecer o interior de forma remota ou localizar onde o Smart está estacionado, o modelo base está disponível com três linhas de equipamento: Passion, Pulse e Prime, com preços desde os 23.745€.
O motor de 60 kW/82 cv e 160 Nm de binário é alimentado por uma bateria de iões de lítio, fornecida pela Deutsche Accumotive (subsidiária da Daimler), com refrigeração a líquido e 17,6 kWh de capacidade. Com este pack de bateria/motor elétrico, conjunto distinto do que a Renault utiliza no Twingo Electric, a marca anuncia 133 quilómetros (WLTP) entre carregamentos. De série, o carregador é de 4,6 kW – numa tomada doméstica de 230 V, a bateria recupera até 80% em cerca de seis horas, enquanto numa Wallbox de 7.2 kW demora 3,5 horas.
Peugeot e-208
A Peugeot passou a oferecer aos clientes do 208 a possibilidade de escolher uma versão elétrica, em vez de criar um modelo novo dedicado a esse género de propulsão, como faz, por exemplo, a Renault, com o Zoe. No utilitário da marca do leão, a utilização da plataforma modular EMP2 permite que o 208 elétrico seja igual aos térmicos, com a diferença de montar uma bateria em forma de U, arrumada no piso do veículo, para que o lastro de 340 kg penalize o menos possível a dinâmica. A bateria tem 50 kWh de capacidade e o seu sistema de refrigeração permite aceitar carregamentos rápidos a 100 kW, com 80% da capacidade reposta em 30 minutos.
No lançamento, a marca oferece uma Wall Box de 7,4 kW (carga completa em 7h30m), demorando 16h a carregar totalmente numa tomada doméstica convencional. O programa de carregamento pode ser agendado através da aplicação MyPeugeot, no smartphone. A marca oferece garantia de 8 anos ou 160 mil km para a bateria, trocando-a se dentro deste período a mesma baixar dos 70% de capacidade. O motor elétrico debita 136 cv de potência e 260 Nm de binário máximo, com entrega de energia a poder gerir-se através de três modos de condução (Eco, Normal e Sport), sendo o mais desportivo capaz de rubricar aceleração de 0 a 100 km/h em 8,1 s.
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Volkswagen e-Up!
Recentemente renovado, o Volkswagen e-Up! manteve a aposta num motor elétrico, capaz de debitar 61 kW/82 cv e 212 Nm, para uma aceleração de 0 a 100 km/h em 11,9 segundos; a velocidade máxima está limitada a 130 km/h. Mas a gestão da potência e binário entregues ao eixo dianteiro através da transmissão de uma velocidade depende do programa de condução selecionado. Há três à escolha (Normal, Eco e Eco+), e mais cinco níveis de recuperação de energia. No modo Eco, a potência do motor elétrico é reduzida para 50 kW/68 cv e o binário para 167 Nm, enquanto a velocidade máxima é reduzida para 115 km/h, e sem hipótese de usufruir dos préstimos do ar condicionado. O modo Eco+ limita a potência a 40 kW/54 cv, o binário a 133 Nm e a velocidade máxima a 90 km/h. A bateria de iões de lítio de 36,8 kWh, posicionada entre os eixos, permite anunciar uma autonomia máxima de 261 km, de acordo com o ciclo de teste WLTP. A marca alemã apresenta um valor de consumo médio de energia de 12,7 kWh/100 km. Numa tomada doméstica de 230V (com amperagem até 16A), o e-Up! demora 15 horas a recuperar de zero a 100% da carga; 5 horas usando-se uma wallbox doméstica ou uma estação de carregamento pública de 11 kW (AC) e menos de uma hora a repor de zero a 80% num posto de carregamento rápido. A garantia da bateria é de 8 anos ou 160.000 quilómetros.
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