Potência, performances e prazer de condução são credenciais normalmente pagas a peso de ouro nos automóveis. Felizmente, para quem não dispõe de um orçamento ilimitado, há no mercado de carros desportivos usados diversas propostas que cumprem minimamente esses requisitos. E algumas a preços de saldos. Um compromisso difícil, mas possível, basta dedicar algum tempo à pesquisa e fazê-la com critério, nunca esquecendo o tipo de utilização normalmente intensiva dado a este género de desportivos acessíveis, presenças mais do que habituais em track days e outras andanças nada aconselháveis para a mecânica. Ainda assim, se está mesmo decidido a procurar adrenalina ao preço mais baixo possível, mostramos 5 boas escolhas.
Carros desportivos usados por menos de 10.000€
BMW Z3
Produzido entre 1996 e 2002, o roadster alemão é dos automóveis com mais classe do final da década de 90, com uma imagem muito inspirada e credenciais dinâmicas de luxo que o tornaram num dos mais desejados automóveis desportivos da época. No mercado de carros desportivos usados encontram-se vários exemplares equipados com o mais anémico motor 1.9i (140 cv), mas o verdadeiro achado será a versão com o seis cilindros (2.8i) de 192 cv, a prometer momentos muito mais empolgantes de condução desportiva a céu aberto.
Baseado na plataforma do Série 3 E36, com suspensão traseira modificada, o Z3 foi o primeiro roadster produzido em larga escala pela BMW, impulsionada pelo sucesso cada vez maior do Mazda MX-5 – mais à frente nesta lista. Foi o primeiro automóvel da marca da hélice a ser fabricado na unidade de Spartanburg, Carolina do Sul, nos Estados Unidos, com padrões de qualidade elevadíssimos, para não beliscar a imagem de fiabilidade da marca alemã.
No habitáculo para dois, essa aposta premium percebia-se na qualidade dos acabamentos, bem como de todos os materiais utilizados, para uma robustez acima da média. Tratando-se de um roadster não é especialmente espaçoso, mas quem se senta ao volante beneficia de ergonomia fantástica, perfeitamente enquadrado com todos os comandos essenciais à condução. A capota em lona (com comando elétrico como opcional) arruma-se num compartimento dedicado sobre a bagageira, que tem capacidade para 165 litros.
Todos os motores do Z3 são muito fiáveis, mas há registo de falhas crónicas no medidor de nível de combustível, deixando de fornecer indicações no quadro de instrumentos. Atente ao desgaste anormal dos pneus, podem revelar anomalias na suspensão traseira.
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Mini Cooper S
Já nos habituámos a olhar para um Mini como um produto levemente inflacionado pelo seu posicionamento chique, pelo que o mercado de usados pode ser a opção correta para quem está decidido a fazer deste “pocket rocket” um segundo carro para as escapadelas desportivas de fim de semana. Aponte-se à primeira geração do Cooper S (R35) da era moderna, já sob a égide da BMW, com motor de 1,6 litros de cilindrada, com compressor, a debitar 170 cv e capaz de acelerar até aos 222 km/h. O desempenho deste bloco está ao nível do fulgurante 1.8 20VT 180 cv que equipava o Seat Ibiza Cupra. E a par das prestações de referência, o Mini também serve uma nota de escape rouca e bastante presente, que convida a acelerar. A dinâmica é outro dos pontos fortes do Cooper S dos tempos modernos, fruto da afinação desportiva das ligações ao solo, com um centro de gravidade muito baixo e as quatro rodas bem chegadas às extremidades do chassis, fórmula copiada do original criado por Alec Issigonis. Uma ode aos sentidos.
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Subaru Impreza WRX
Lançado no início da década de 90, o famoso “Scoobie” é um daqueles desportivos que ainda fazem as delícias não só dos amantes de ralis, mas também dos entusiastas do tuning e fãs da condução desportiva. Trata-se de um automóvel com caraterísticas únicas ainda hoje, com um motor boxer (cilindros opostos) colocado longitudinalmente à frente do eixo dianteiro e dotado de um sistema de tração às quatro rodas permanente (Symmetric All Wheel Drive), a permitir devorar alcatrão montanha acima a um ritmo capaz de fazer corar os melhores desportivos da atualidade. Um chassis rígido e leve, suspensões evoluídas e uma travagem supereficiente, completavam a sua lista de credenciais dinâmicas. Para encontrar os representantes mais icónicos desta linhagem terá de recorrer ao mercado de usados. O primeiro Subaru Impreza WRX surgiu em 1992, com motor 2.0 turbo de 240 cv. Dois anos mais tarde surge o mais explosivo STi, com 250 cv. Qualquer um deles chega e sobra para as encomendas…
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Mazda MX-5
Com quatro gerações e mais de trinta anos no ativo, o Mazda MX-5 detém o invejável estatuto de roadster mais vendido do mundo. E muito do sucesso do icónico japonês explica-se pela fórmula de dimensões contidas, peso e centro de gravidade reduzidos e uma mecânica atmosférica que, associada a uma caixa manual de velocidades muito curta, oferece um feeling ainda mais maquinal. Tem sido assim desde que foi lançando pela primeira vez, em fevereiro de 1989. E assim se manteve até aos dias de hoje. Não dispondo de orçamento para as gerações mais recentes, com o mesmo histórico de fiabilidade à prova de bala, a geração NB, produzida entre 1998 e 2004, é das mais apreciadas entre fãs do bilugar de tração traseira, exímia na forma como consegue colocar o condutor no centro das atenções e superiormente equipada com um rotativo motor 1.8 16V a debitar 146 cv. Dinamicamente, o NB herdou as melhores credenciais dos NA (com mais 13 cv) e acrescentou-lhe precisão, eficácia e conforto. Excluindo as já conhecidas limitações práticas comuns a todos os roadsters da Mazda, caso da ausência de locais de arrumo e do espaço apertado no habitáculo. A capota em lona é o seu calcanhar de Aquiles.
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Suzuki Swift Sport
O saudoso GTi (MK3) com motor 1.3 de 100 cv para apenas 810 kg, que se destacou entre uma geração de modelos da sua categoria nas décadas de 80 e 90 do século XX, revive nas várias gerações do Swift Sport fabricadas pela Suzuki. A mais recente, lançada em 2017, com uma imagem fortemente inspirada na competição, grelha frontal e pilares dianteiros a negro, jantes de 17’’ de desenho específico, saias, defletor traseiro, difusor metalizado e dupla saída de escape. E um interior a condizer, com bancos dianteiros exclusivos, com bons apoios e revestimento arrematado a pesponto vermelho, volante desportivo forrado a pele perfurada e pedais em alumínio. O motor a gasolina é o 1.4 turbo com 140 cv e 230 Nm, associado a uma caixa manual de seis velocidades, com um escalonamento correto. Não será um portento de força a contribuir para as boas performances, mas chega e sobra para animar o conjunto que conta com menos de uma tonelada de peso, não comprometendo o dinamismo e a agilidade deste pequeno desportivo pensado para ser divertido e barato.
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