acha que conseguia conduzir um formula 1

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Acha que conseguia conduzir um Fórmula 1?

Os carros de Fórmula 1 são considerados por muitos como a expressão máxima do desporto automóvel, os que incluem mais tecnologia, os mais rápidos e os mais eficazes. Pilotá-los não é uma tarefa fácil e depois de olharmos para alguns dos comandos, a dúvida que nos surge é: será que os conseguíamos sequer ligar o carro e arrancar? Já lá vamos…

Condição física

Por muito bom condutor que seja, na Fórmula 1, e em muitas outras competições desportivas, existem várias condicionantes com implicações diretas nos resultados obtidos. A começar pela condição física do condutor.

Num carro de Fórmula 1, tudo se passa muito mais rápido, sendo necessário reagir de uma forma quase imediata a qualquer situação. Além disso, as forças a que o nosso corpo é sujeito são muito superiores às que se sentem num carro de estrada convencional. É precisamente por isso que os pilotos de Fórmula 1 têm de ter uma preparação física muito cuidada e efetuar exercícios específicos para conseguir lidar da melhor forma com a exigente condução de um Fórmula 1.

Não basta saber conduzir

O segundo ponto a considerar antes de nos sentarmos sequer num carro de Fórmula 1 é que será necessário passar por outro tipo de modelos menos potentes e reativos para ir percebendo como tudo se processa, entre movimentos da carroçaria, resposta da direção e funcionamento do motor.

Tudo numa espécie de curva de aprendizagem, que nunca será feita apenas por uma pessoa e sim com uma equipa preparada para nos transmitir como tudo correu no momento em que chegamos às boxes, avaliando os dados da telemetria. Por exemplo, a forma como foram abordadas algumas curvas, se aceleramos pouco ou se é suficiente, potências de travagem, trajetórias e tantas, mas tantas outras coisas.

Botões, botões e mais botões

Depois de superado todo este processo, já ficamos com uma ideia de como será a experiência, mas agora, é necessário compreender a maioria dos comandos que vamos usar no carro de Fórmula 1, com uma grande maioria a estar integrada no volante.

O mundo de botões e comandos que os pilotos seguram pode incluir dezenas de botões, seletores, múltiplas hastes na parte de trás e tantas outras coisas, além do movimento simples de rodar o volante para a esquerda e para a direita. Um dos comandos é mesmo a embraiagem, uma vez que na zona dos pés, há apenas o pedal do acelerador e do travão. A embraiagem fica no volante, tal como os comandos da caixa de velocidades.

Finalmente, chega o grande dia. Sentamo-nos a bordo, ajustamos o assento à nossa medida e tentamos descobrir a melhor forma de ficarmos sentados na posição certa enquanto somos literalmente amarrados ao carro através dos cintos de segurança de múltiplos apoios. É através deles que ficamos mais ou menos no lugar e não somos constantemente sacudidos de um lado para o outro enquanto estamos a tentar controlar uma autêntica arma de pista, com inúmeros comandos além dos tradicionais.

O motor é ligado pela equipa e perfeitamente audível mesmo atrás das nossas costas. E, melhor do que isso, a sua vibração sente-se um pouco por todo o carro e pelo nosso corpo. Todos os comandos e engrenagens sentem-se fisicamente, o que acaba por melhorar a experiência, mas também por fazer com que seja ainda mais exigente. E ainda nem sequer arrancámos. Esse, é o próximo passo.

Acelerar o mais possível

Com a eletrónica a ditar todas as regras e procedimentos, quase todos os comandos podem ser afinados até ao pormenor, dar a forma que mais se adeque a cada piloto, embraiagem incluída. E depois, é o momento de arrancar e entrar em pista. Mas o primeiro desafio também não vai ser fácil. É que os carros de Fórmula 1 não estão preparados para andar devagar.

Os sistemas hidráulicos, a caixa de velocidades e o próprio motor estão preparados para funcionar em regimes que podem chegar às 15.000 rpm, e se não forem cumpridos, a eletrónica vai interpretar tudo como se fosse uma avaria e pode mesmo desligar o carro. Ou seja, logo desde o primeiro momento e sem termos tempo para nos habituar, é preciso começar a andar depressa, mas ainda há mais surpresas.

Em pista, o comportamento de um carro de Fórmula 1, pouco ou nada tem a ver com um carro de estrada mais convencional e surgem os tais momentos em que tudo se passa muito mais depressa e que são muito mais exigentes para o físico. Por exemplo, com bastantes mais cavalos do que quilos, o poder de aceleração é muito superior e vamos começar de imediato a sentir forças G que, provavelmente, nunca sentimos antes.

Além disso, logo nas primeiras curvas também vamos perceber que a quantidade de borracha que está em contacto com o chão nos faz curvar de uma forma que o nosso subconsciente não pensava ser possível, bem como o nosso pescoço. Basta pensar que, em média, o peso da cabeça ronda os cinco quilos, sendo necessário adicionar mais um para o capacete. Multiplica-se por 5G de força e temos um peso acima do pescoço que requer exercícios específicos e bastante exigentes para todos os pilotos profissionais desta categoria.

Sistema de travagem

Outra das grandes diferenças face a um automóvel convencional está relacionada com o sistema de travagem, que consegue ser cerca de dez vezes mais potente. Num carro de Fórmula 1, os discos de carbono precisam de estar à temperatura certa para funcionarem de uma forma eficaz e quanto mais quentes estiverem, melhor travam. Por outro lado, a potência de travagem é tão grande, que conseguimos imobilizar o carro em apenas alguns metros ou travar para uma curva muito mais tarde do que poderíamos sequer imaginar.

Portanto, será que qualquer pessoa poderia conduzir um carro de Fórmula 1? Sim, podia. Mas depois de uma aprendizagem gradual e de uma evolução perante todos os comandos e sistemas, para que fosse possível aproveitar a experiência da melhor forma possível.

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